Se algo caracteriza o actual xadrez à distância, assistido por computadores, é a quase perfeição das partidas - nas quais a extraordinária capacidade do humano para reconhecer padrões e intuir possibilidades se junta à precisão dos programas para produzir um xadrez quase sem erros. Porém, "quase" não é "sempre", e ainda os vemos acontecer, umas vezes por culpa dos parceiros de silício, outras devido ao "componente de carbono". Neste último caso, são amiúde absurdos e resultam, por exemplo, de um mau manejamento da ferramenta de introdução de lances (dados os mecanismos de segurança destes, que pedem primeiro o movimento e depois a sua confirmação, às vezes me interrogo sobre se estes erros garrafais não se deverão a consumo de demasiadas garrafas... :) ). Já os erros a lançar na conta dos programas são habitualmente mais subtis, e para os detectar é necessária uma compreensão do jogo que, por enquanto, ainda é difícil de programar. Aqui entra a sabedoria de quem vai ao volante para dirigir a análise do programa para o caminho certo.
A partida de Horácio Neto que vamos ver não é, de entre aquelas que disputou no recente Campeonato do Mundo, a que ele prefere. Não é, diz, porque "tem muito fogo de artifício, mas no fundo decidiu-se com 1 erro". Com efeito, apenas um erro, mas um erro que era a escolha de todos os programas nos quais corri a partida - pelo menos a primeira escolha e que durou até eu interromper a análise (admito que não muito tempo). Foi preciso que Neto "desconfiasse" dessa escolha e conduzisse a variante um pouco para a frente, no sentido certo, para perceber o que o GM turco Turgut não detectou - que aquele lance aparentemente natural conduzia a um desastre inevitável para as negras.
Vejamos a partida, com comentários de Horácio Neto(*) e duas "bocas" minhas.
(*) Em inglês no original.
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GM Horácio Neto |
A partida de Horácio Neto que vamos ver não é, de entre aquelas que disputou no recente Campeonato do Mundo, a que ele prefere. Não é, diz, porque "tem muito fogo de artifício, mas no fundo decidiu-se com 1 erro". Com efeito, apenas um erro, mas um erro que era a escolha de todos os programas nos quais corri a partida - pelo menos a primeira escolha e que durou até eu interromper a análise (admito que não muito tempo). Foi preciso que Neto "desconfiasse" dessa escolha e conduzisse a variante um pouco para a frente, no sentido certo, para perceber o que o GM turco Turgut não detectou - que aquele lance aparentemente natural conduzia a um desastre inevitável para as negras.
Vejamos a partida, com comentários de Horácio Neto(*) e duas "bocas" minhas.
(*) Em inglês no original.
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